sábado, 26 de março de 2011

Coração de vento



Ando pelos cantos procurando as tais borboletas que saíram voando faz um tempo e ainda não voltaram. Vistes por aí? E não é só. Procuro pelo sentimento amor, aquele que faz os olhos brilharem e o coração palpitar mesmo, sabes qual é. Já deve ter doído em você também. Quando doeu em mim, eu o expulsei sem pensar duas vezes, tô sentindo falta. Procuro pela paixão também, essa aproveitou a deixa do amor e foi-se. Tá fazendo falta. Por mais que procuro, mais distante tudo fica, só pode. Porque diabos eu não os encontro? Já se passou tanto tempo, oras, já eram pra ter aparecido. 
Meu coração anda aos gritos, chora baixinho toda noite pelo amor, tá doendo mais agora do que antes quando ainda o tinha. Podes pensar que sou uma ingrata, sempre infeliz com tudo, mas vem aqui viver sem o amor. Venha ver como é acordar todo dia e não ter em quem pensar; olhar casais unidos e sentir um aperto no peito; escutar tuas amigas contando das paixonites e não conseguir não ter inveja de daquilo; por mais platônico, doloroso, ou até não recíproco que o amor das pessoas ao meu redor sejam, eu quero. Quero todos se for preciso. 
Repito: se vires por aí as borboletas, me grite. Mas grite alto pra caramba, tá me entendendo? Não aguento mais nenhuma semana nesse estado. Meu coração chega a fazer eco gritando pelo amor. Cadê? Onde foi? Amor, tô querendo que volte aqui habitar esse pobre buraco no meu peito. Lhe suplico informações, a situação está tão crítica, não tá vendo? Minha mente anda aberta demais, os braços soltos demais, e o coração, vazio demais. Preciso de alguém, e é pra ontem. Vento, vá se embora de mim! Quero mesmo é alguém pra me fazer sorrir abobada nos finais de semana, ah, de preferência que sinta o mesmo. Seria pedir muito? Enfim, volte logo. 

terça-feira, 22 de março de 2011


Seria mentira dizer que não penso em você






Era uma vez...



Era uma vez uma menina que sabia o que queria. Mas, infelizmente não sabia o que sentir. Vivia em seus sonhos rodeada de encantos e poesia. Queria escrever. Queria se encontrar. Queria saber o que pensar do futuro. Mas o futuro estava tão confuso que ela consequentemente escolheu viver. Viveu alegrias, viveu a paz. Seu mundo era perfeito, até o momento em que ela acordava e percebia que não se pode viver apenas de sonhos. Foi então, que ela resolveu realizar. Seu mundo estava mais próximo da realidade. Mas a sua realidade era diferente de todos ao seu redor. Ela sonhava. E mesmo diante de tanta dor…continuava sonhando. Consertava o mundo do seu jeito, vivia além da perfeição, que aqueles ao seu redor, não enxergavam. Todos tentavam a fazer acordar: “Acorda pequena menina! A vida não é assim. Pare de se iludir.” E era nesses momentos que ela acreditava mais ainda nos seus sonhos. Aquela pequena menina, virou pequena mulher. E sua mente, ainda era do mesmo jeito que antes, a única diferença, era que ela parecia mais doce. Parecia mais madura. Madura o suficiente para sorrir diante de cada tropeço. Ela era um doce, parecia que tinha sido criada “à medida”, cada ingrediente na medida certa. Para a fazer tão pura, tão doce, e tão vivida assim. Parecia que havia vivido seus maiores pesadelos, mas quem a julgava dizia que ela era feita de sonhos. Ela acreditava que era apenas um dom. Poucos esses que o conheciam. A menina foi crescendo, mergulhada em seus encantos, vivia cada dia como se tudo fosse um conto de fadas. Tranquila, porém, atenta. Sonhadora, porém, realista. Alegre, porém, vivida. Ah, essa pequena menina-mulher não é tão velha, não é tão nova. Parecia que usava algum tipo de poção de rejuvelecimento. Que nada! Seu único segredo era viver. Era uma vez uma pequena menina-mulher que cresceu, continua crescendo, vive em sonhos, e que apesar de não conseguir adivinhar o futuro, acredita que de tanto sonhar, um dia tudo isso irá se tornar realidade.

Da infância para a vida




Não sou mais tão criança,
A ponto de saber tudo.
(Legião Urbana - Quase sem querer)

Você percebeu que coroas e varinhas de condão não mudam a sua vida, que fadas madrinhas e príncipes encantados não fazem parte do processo, que quando o relógio marca meia-noite a única coisa que acontece é o início de um novo dia, que quando você fura o dedo numa agulha você não dorme eternamente, só tem um pouco de dor, que se você morrer por uma fruta envenenada não haverá nenhum beijo que poderá te ressuscitar.
Os contos de fadas que você adorava não são reais, mas te ajudaram a perceber coisas muito importantes sobre a vida e sobre o que você faz com ela. Tirando toda a baboseira dos beijos milagrosos e sapatinhos encontrados, todos eles te ensinaram uma lição qualquer: Branca de Neve ensinou que não se deve confiar em estranhos, pois algumas pessoas poderão lhe convidar a morar com elas e outras farão de tudo para lhe matar; Cinderela ensinou que nunca se deve desistir dos seus sonhos, pois por mais que sempre haja algo para atrapalhar, eles se realizam; Bela e a Fera mostrou que as pessoas não são só aparências, mas também essência; Bela Adormecida ensinou que se uma coisa tem que acontecer, uma hora ela irá acontecer, seja ela boa ou ruim; Alice no País das Maravilhas provou que se o mundo fosse do jeito que você quer, ele seria mais complicado do que já é e você não saberia viver nele; Peter Pan ensinou que você jamais deve deixar sua criança interior ir embora.
Assim, sem perceber, as histórias da sua infância acabaram lhe mostrando um pouco sobre a vida. Mas essas histórias são contadas apenas como um começo, o começo da sua vida, porque a sua história ainda está sendo escrita e viver ela será uma aventura incrível. E o melhor de tudo: ela será real.

Não é FALsaldade.




Saudade é aquela coisa que chega do nada e te aperta com todas as forças, te fazendo se sentir vazia. Saudade é o que te faz vasculhar cada detalhe das suas lembranças infinitas vezes na tentativa de fazer aquele sentimento ir embora, mas só faz ele permanecer cada vez mais. Saudade é aquilo que está no seu inconsciente e te faz encontrar-se com ele nos seus sonhos para você senti-lo por perto de novo e achar que a saudade foi embora. Saudade é quando ele te diz com aquela voz que aperta o seu coração: Tô com saudade.
E mais saudade ainda é quando você ouve ele dizer isso e quer mergulhar no microfone, sair do outro lado para abraçá-lo e não soltar nunca mais, mas a única palavra que sai pela sua boca é: Eu também.
Você também o quê? Mal consegue completar uma resposta pois há sentimentos engasgados na sua garganta, quando você devia deixar toda a sua saudade sair. Não agora, não escrevendo aqui, mas falando as palavras. Pra ele ouvir, pro mundo ouvir: Ei! Eu tô morrendo de saudades.
Mas você não consegue, guarda tudo pra si. E quando escreve passa a parecer falso, inventado, porque ninguém te ouve dizer em voz alta todas essas palavras. Elas estão sempre assim, gritando aí dentro e tudo o que você faz é escrevê-las:Que saudade...

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